Vampiros na Literatura

vampiroHistórias de vampiros existem desde sempre. Mesopotâmia, Roma, Grécia… Todas as culturas antigas já apresentavam contos sobre os seres sobrenaturais que se alimentavam de sangue e tinham vida eterna. Mas o primeiro registro literário relacionado às criaturas trata-se de um poema alemão escrito em 1748 por Heinrich August Ossenfelder: Der Vampir. A partir disso temos várias obras com pelo menos alguma menção ao mito vampírico, entre elas The Bride of Corinth (1797) de Goethe e Christabel de Samuel Taylor Coleridge.

Anos e anos depois várias personagens desfilaram pela galeria dos vampiros literários, e mesmo atualmente o tema ainda rende obras variadas (e agora adaptações para o cinema também). E pensando justamente nessas obras que faço aqui uma lista de sugestões para você que gosta de histórias de vampiros, mas não quer ler  Crepúsculo.

horaA hora do vampiro (Stephen King) – Publicado pela primeira vez em 1975, o livro conhecido como Salem’s Lot lá fora infelizmente foi traduzido desse jeito no Brasil. Uma pena, porque acaba estragando a surpresa da história, já que a pessoa que compra uma obra assim obviamente já sabe que trata-se de uma história de vampiros. A questão é que Salem’s Lot começa narrando a volta do escritor Ben para a cidade onde viveu na infância, decidido a escrever um livro sobre uma mansão horripilante que preencheu seus pesadelos desde a infância. É em um momento bem adiantado do livro que o leitor tem a revelação de que a cidade está sendo tomada por vampiros – e a partir daqui a história pega fogo, sendo uma daquelas que você até pensa em dormir de luz ligada “só para garantir”.

eusoualendaEu sou a Lenda (Richard Matheson) – Publicado em 1954, esse livro chegava com a idéia do vampirismo com um vírus. Por favor, esqueçam do filme que saiu com Will Smith. Em nada ele conseguiu captar o clima claustrofóbico e assustador dessa novela de Richard Matheson. Neville é aparentemente o único sobrevivente da epidemia de “vampirismo”, até porque ele é imune ao vírus. À noite ele se esconde, pela manhã ele sai para matar vampiros. O final está entre um dos meus favoritos não só das histórias de vampiros (e eu não vou contar aqui, ainda mais de dar um puxão de orelha nos tradutores de Salem’s Lot, ehehe).

crnicasvampirescas1Entrevista com o Vampiro (Anne Rice) – A obra de 1976 conta com a tradução aqui no Brasil de ninguém mais, ninguém menos do que Clarice Lispector. Louis, o vampiro “entrevistado”, narra em sua história como tornou-se vampiro, sua vida com Lestat (o vampiro que o transformou) e com a pequena Claudia. Apesar de tender ao clichê do vampiro melancólico, o fato de apresentar Lestat como um predador que reconhece a abraça sua verdadeira natureza acaba equilibrando um pouco a história, que certamente vale a pena conferir. Sobre as continuações, considero todas de fracas para mais ou menos.

prazeres-malditosPrazeres Malditos (Laurell K. Hamilton) – em 1993 a escritora Laurell K. Hamilton deu um chega para lá na idéia do vampiro tristonho e da mocinha indefesa e criou Anita Blake, uma caçadora de vampiros bastante atípica. A narrativa toda é em primeira pessoa, e Anita tem um senso de humor ácido, o que diverte muito. A série fez tanto sucesso que já está no 17º livro (isso mesmo), embora aqui no Brasil por enquanto a editora Rocco só tenha lançado o primeiro título. O fato de Anita Blake também ser o que eles chamam de “animator” (levanta mortos e controla zumbis) faz com que as histórias não sejam só sobre vampiros, o que também é bem interessante.

padimak3Morto até o Anoitecer (Charlaine Harris) – o livro foi publicado em 2001, mas sete anos depois, com a adaptação para a TV feita pela HBO (True Blood, começa dia 18 de janeiro aqui no Brasil) o título ficou mais “conhecido” aqui no Brasil, inclusive com traduções dos outros títulos previstas ainda para esse ano (pelo menos o segundo e o terceiro livro). Bastante sexo e muita ação, não é a toa que escolheram esse livro para transformar em série de tv. Dos oito livros já publicados estou começando o sexto agora e dá para dizer que a série é até bem regular, não tem caso de um livro horrível e outro imperdível. São todos divertidos da mesma maneira.

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8 thoughts on “Vampiros na Literatura

  1. Vampiros não são o meu tema preferido, mas gostei tanto de alguns títulos que você indicou, que já penso em comprá-los.

    Valeu pelas dicas Anica!

  2. Você começou a estudar a história dos vampiros? Fez lembrar a citação que a Stephenie usa no Twilight: “Se há no mundo uma história confirmada, é a dos vampiros. Dela nada se ausenta: relatórios oficiais, certidões de notáveis, de cirurgiões, de padres, de magistrados; a prova jurídica é das mais completas. Com tudo isso, quem acredita em vampiros?”

    O Eu sou a lenda passa a impressão mais de uma história de zumbis que de vampiros. Ou algo híbrido, talvez. Ao estilo das grandes epidemias que geram mutações. Sobre o filme, uma das coisas que irritou é o que fizeram com o cachorro. No livro o Neville passa dias se dedicando a conquistar a confiança do animal. A propósito, foi por causa desse livro que conheci o Hellfire.

  3. Eu gosto bastante das duas primeiras continuações do Entrevista Com O Vampiro. Acho que depois do lançamento a Anne Rice percebeu que o Lestat era muito melhor personagem que o Louis e mudou o foco da escrita.
    O título do Salem’s Lot em português parece aquelas piadas de tradução dos títulos dos filmes em Portugal como “O Assassino Que Era a Mãe” ou “O Cadáver Embaixo do Barco”.
    Gostei de maneiras diferentes do Morto Até O Anoitecer e do Prazeres Malditos. Acho que só poderei eleger um favorito depois de ler as continuações.
    Eu Sou A Lenda é A história de vampiros.

  4. O Eu sou a lenda passa a impressão mais de uma história de zumbis que de vampiros.

    Raphael, já conversei com mais de uma pessoa que também via algo de zumbi mas a história é de vampiros – especialmente se for levar em conta os “sintomas” que o vírus causava. Basicamente características básicas dos vampiros, a começar o fato de não saírem na luz do dia (zumbis podem, vampiros não).

  5. Quanto ao filme “Eu sou a lenda”,quem vai assisti-lo sem conhecimento prévio do livro leva um susto, como eu levei, ao saber que a estória trata na verdade de vampiros… ué?!? Como disseram, lembram mais a zumbis ao qualquer outro tipo de bestas canibais…
    Estava lendo o livro “Vampiros no espelho e outros seres obscuros”, de Giulia Moon, que é uma boa pedida para que gostaria de ver, dentre outros, vampiros paulistanos à solta em contos bem modernos, algo bem alternativo.

  6. Deu vontade de ler agora, “Morto até o Anoitecer” fiquei bem curiosa =D
    A imagem do artigo é linda =)
    E eu que não li Drácula ainda /o

  7. Só faltou o Bram Stocker na tua lista. Quanto a Crepúsculo, o que as pessoas precisam ver é que a estória não é sobre vampiros… é um romance adolescente que, por acaso, envolve um vampiro, mas o foco não é esse. Visto assim, como um romance adolescente, não é tão desprezível. Parabéns pelo espaço. Muito bacana!

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